quarta-feira, 25 de novembro de 2015

005 - Conhecendo Nossa Natureza

Crionças amadas do coraçãozinho de Tom! Bem-vind@s a mais um post da minha, da sua, da nossa Biblioteca!
Estavam com saudades? Eu estava! Andei lendo mais que o usual, este mês!!!
Antes de começar, quero dizer que, há muito tempo, algumas pessoas têm me pedido para que eu dê notas às obras discorridas nas postagens da Biblioteca, da Discoteca e da Filmoteca, como se fazia nos tempos dos Culture Rangers. Desde que iniciei os trabalhos com os trigêmeos, sempre fui contra este tipo de coisa, porque eu achava que apenas o texto deveria servir para dar a minha opinião (mesmo por baixo da ironia e do sarcasmo eventualmente expressos), sem precisar de algum sistema de cotação para escancarar tudo. O importante, para mim, era despertar a curiosidade de você, leitor@, a ir buscar a obra e conferir se concorda ou não comigo.
Eventualmente, comecei a repensar minha posição, e fiquei indeciso. Portanto, resolvi deixar a decisão com VOCÊS! Desde ontem, até o dia 06/12/2015, os posts dos Trigêmeos terão um sistema de nota que julguei interessante. Mas dependerá de VOCÊ se este sistema continuará no ar. Próximo ao final desta postagem, há uma enquete. Por favor, responda-a (se quiser, pode votar quantas vezes desejar) - lembre-se que os Trigêmeos existem por minha vontade, mas persistem por VOCÊ, então, dê seu pitaco!
O livro que saborearemos pelos próximos trinta dias caiu nas minhas mãos como que por encanto. Sempre digo: "quem tem amig@s, tem tudo", e repito por ser a mais simples verdade. A obra dizia muito para mim e tinha tudo a ver com o momento profissional pelo qual passo agora, e virou coisa urgente: eu TINHA que falar sobre ele aqui, na Biblioteca. E AGORA!
Vamos aos trabalhos?

Fonte da imagem: Biblioteca do Tom

Título: Unidades de Conservação de Alagoas
Organizadores: Alex Nazário Silva Oliveira, Clarice Maia F. de Amorim e Rosângela Pereira de Lyra Lemos
Editora: Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas – IMA-AL
Número de Páginas: 52
Data de lançamento: 2014
Como tod@s devem saber, eu sou maceioense. Logo, sou alagoano da gema. E me encontro num processo de busca das minhas raízes, de conhecer minha terra mais a fundo, saber o que há de ruim por aqui para buscar soluções e corrigir, e o que há bom por aqui para propagar e tentar espalhar. Devo dizer-lhes: quanto mais procuro, mais me orgulho da produção rica que existe em minha terra, e me envergonho de nós mesmos não nos darmos o devido valor.
Então, um belo dia, minha amiga Isadora Padilha apareceu em meu trabalho com um singelo presente que ela havia conseguido no IMA, e lembrou de mim - pois dificilmente não me serviria: este livro de que falo agora para vocês.
Fonte das imagens: http://lattes.cnpq.br/; http://www.meioambiente.al.gov.br/

Alex Nazário Silva Oliveira e Rosângela Pereira de Lyra Lemos.
Os pesquisadores Alex Nazário Silva Oliveira (geógrafo especialista em Análise Ambiental, Diretor de Unidades de Conservação do IMA/AL entre janeiro de 2005 e janeiro de 2015), Clarice Maia F. de Amorim (sobre quem não consegui informações) e Rosângela Pereira de Lyra Lemos (bióloga do IMA/AL e curadora do herbário MAC) juntaram um time de cerca de trinta pessoas para fazer idas a campo, fotografar e analisar as informações obtidas para um levantamento, feiro para e lançado pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas, como o título sugere, das Unidades de Conservação existentes em nosso Estado - cada APA (Área de Proteção Integral), RESEX (Reserva Extrativista), REBIO (Reserva Biológica), MONA (Monumento Natural), ESEC (Estação Ecológica), RVS (Refúgio da Vida Silvestre), RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural), Parque Municipal e Posto Avançado de Reserva Mundial de Biosfera de Mata Atlântica existente e regular se apresenta aqui!
Fonte da imagem: http://www.ima.al.gov.br/
O que são Unidades de Conservação, tio?, me pergunta você, leitor@ curios@. Adorei a pergunta, obrigado! Explicando rapidamente, é o espaço de terra que é reservado para conservação de seu estado natural - cada veio d'água, cada plantinha e animal presente neste terreno deve ser protegido pel@ responsável. A depender do tipo de unidade, podem rolar algumas atividades de manejo (extrativismo, por exemplo) e uso (direto ou indireto, como atividades turísticas, educacionais ou recreativas, pesquisas científicas) que rendam algum dindim a@ proprietári@, desde que não comprometam os atributos naturais da reserva. Obviamente, @ don@ do pedaço é responsável pela sua manutenção e conservação. A legislação básica para saber? O Decreto 4340/2002 e a Lei 9985/2000.
Fonte da imagem: http://www.tribunadoagreste.com.br/

APA Fernão Velho/Catolé. Foto de Adailson Calheiros.
Mas esta obra vai além de mera listagem. Ela passa um bom capítulo nos apresentando de maneira resumida cada reserva, dando seus dados básicos, com fotografias e mapas informativos. Tudo isto antes de partir para o segundo capítulo, reservado para a parte de legislação, com levantamento histórico da legislação ambiental no Brasil, com citações dos artigos de leis e das portarias mais importantes - o histórico legislativo também é um histórico da luta ambiental no País, pois a maior parte dos Parques e Reservas são criados através de Portarias.
Fonte da imagem: http://ima.al.gov.br/

Reserva Ecológica Osvaldo Timóteo (APA Estadual de Murici), em São José da Laje.
O livro também oferece o caminho das pedras para você, car@ leitor@ RYCK@H e ambientalista que queira devolver seu terreno (ou parte dele, ao menos) para a Mãe Natureza, pretendendo transformar um local de monocultura em um lindo santuário para a vida selvagem e recuperação de matas (quanto mais ciliares, melhor). Se o santuário for uma Unidade de Conservação Particular devidamente registrada pelo governo, será um plus!
Um livro como Unidades de Conservação de Alagoas é importantíssimo para que toda a sociedade (especialmente a alagoana) conheça as maravilhas que (nem) estão (tão) escondidas assim nas cercanias de nosso belo Estado.
É um livro curtinho, de fácil leitura e o seu entendimento não é difícil - ainda mais ajudado por várias fotografias e mapas temáticos (atenção, professores de Geografia!!! Isso, aqui, é ouro!).
Todo o tempo que passei lendo está jóia, fiquei a me perguntar: "por que razão um livro tão importante não está sendo distribuído publicamente?" - os próprios autores assim o desejavam:
As informações foram reunidas com base no trabalho realizado pelo IMA/AL para a definição, criação e gestão das Unidades de Conservação no território alagoano, com o objetivo de incentivar mais pessoas a trabalhar no sentido de proteger a rica biodiversidade que os remanescentes florestais abrigam.
Posso dizer por mim: se eu não o tivesse ganho, eu jamais saberia dele!
Fonte da imagem: https://www.facebook.com/naturezaemfocoAL/

Por favor!
Alguém tem a resposta?

EI, PRA ONDE VOCÊ VAI? E VAI SAIR DAQUI SEM RESPONDER À ENQUETE?
Você acha que o Tom deve colocar nota nos posts dos blogs Trigêmeos?
SIM! Só os textos, às vezes, deixa confuso.
TANTO FAZ. O importante é despertar a curiosidade de conferir.
NÃO! Pra que explicitar algo que já está no texto?
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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

004 - Construindo um Futuro Mais Natural

Bom dia, boa tarde, boa noite, boa madrugada! Que bom lhe encontrar por aqui, amadjeenh@h de Tom!
Como muit@s de vocês devem saber, eu tenho alguns outros blogs que existiam bem antes da geração da Biblioteca, da Discoteca e da Filmoteca! Um deles é um blog de conteúdo muito pessoal, e o outro, de nome O EcoUrbanista, onde busco tratar dos assuntos que mais me interessam a nível profissional: meio ambiente, vida animal, arquitetura sustentável e, lógico, o EcoUrbanismo.
Me foi enviado um link para esta pérola, e lembrei imediatamente tanto da Biblioteca como dO EcoUrbanista. E agora, José? Na dúvida, resolvi postar NOS DOIS! Então, você que está lendo esta postagem aqui na Biblioteca, pode crer: este mesmo post está no ar, ao mesmo tempo, nO EcoUrbanista! Fica a critério de vocês saber qual vai visitar!
E então... vamos aos trabalhos?

Fonte da imagem: http://www.arquitetaresponde.com.br/

Título: Manual do Arquiteto Descalço
Autor: Johan Van Lengen
Editora: Instituto de Tecnologia Intuitiva e Bio-Arquitetura – TIBÁ/Empório do Livro
Número de Páginas: 697
Data de lançamento: 2004
Fonte da imagem: https://www.facebook.com/PRIMOJEFF
Lá pelos idos de 2005, eu me encontrava no terceiro ano do curso de Arquitetura e Urbanismo, na UFAL. Eu estava BEM desencantado com o curso, que se aproximava demais duma abordagem mercadológica (foco certo em ambientação e construção civil), e menos em coisas que eu julgo mais relevantes: desenvolvimento sustentável, urbanismo ecológico, planeta para seus habitantes, arquitetura como arte. Me perguntava como um curso que promove a destruição do natural para promover o concreto como solução se encaixa nos meus anseios ambientais - parecia que eu tinha ido buscar a resposta errada no local mais errado ainda. Me encontrava sem horizontes, até o momento em que cruzei com uma belezinha de obra chamada Manual do Arquiteto Descalço. A partir daí, todo o curso ganhou um novo sentido para mim e o curso, embora não tenha fluido tranquilamente, foi bem melhor focado. Encontrei o EcoUrbanismo e me apaixonei, de cara! Gente, eu estava esquecido desta sensação de "eureka", até o dia em que minha amigona Joana Teixeira me enviou um link para um álbum em meu Facebook! Muito obrigado por isso, Jô!
Fonte da imagem: http://www.tibarose.com/
Muita gente me pergunta quais os meus arquitetos favoritos. Tod@s se surpreendem quando Niemeyer não entra na minha lista. Alguns se surpreendem quando falo em Frank Lloyd Wright - acho que eu não devo possuir um perfil muito próximo do criador da Fallingwater. Os rostos entortam quando falo em nomes menos conhecidos fora da rodinha d@s arquitet@s, como Vilanova Artigas (Tom HE💖RTS FAU/USP) e Shigeru Ban (um cabra que fez UMA CATEDRAL DE PAPELÃO!!!). Até @s própri@s arquitet@s me olham com cara de pastel ar de ponto de interrogação quando falo em Miguel Ruano e Johan van Lengen. "Tom, quem é esse João, aí?", me pergunta você, car@ leitor@s ávid@ por satisfação da curiosidade. Johan van Lengen foi o mestre que escreveu esta belezinha de que trataremos hoje, chamada Manual do Arquiteto Descalço. Calmaê, que já vou lhe apresentá-lo apropriadamente no próximo parágrafo!
Fonte da imagem: http://www.metrocuadrado.com/
Johan Van Lengen é óbvio que só podia ser um Arquiteto e Urbanista holandês. Na década de 1970, ele largou uma carreira bem-sucedida nos Estados Unidos e se dedicou à melhoria de condições em habitações populares (não que casas populares não possam render alguma grana, mesmo que pouca em comparação a grandes projetos), o que lhe rendeu trabalhos e parcerias junto a organizações governamentais. Nesta vibe, van Lengen viveu grande parte de sua vida na América Latina (inclusive, a convite da ONU, ele passou oito anos residindo no México).
Johan mora na parte portuguesa da América Latina (também conhecida como Brasil) desde 1987, onde casou, se fixou e fundou na serra fluminense, junto com sua esposa Rose, o Instituto de Tecnologia Intuitiva e Bio-Arquitetura – TIBÁ, que busca pesquisar e disseminar técnicas arquitetônicas mais integradas com a natureza. No meio-tempo, foi pesquisador de energia solar na UNICAMP e professor na PUC do Rio de Janeiro. Só isso deve bastar para mostrar que Johan van Lengen é o cara! Não? Deixa dessa!... OK... Então, digo agora: ele hoje é autoridade mundial quando o assunto é bio-arquitetura.
Fonte da imagem: http://odia.ig.com.br/
"Tá, Tom. Você falou, e falou, e falou... mas o que é 'bio-arquitetura', tio?" Armaria, que criança azogada, sô! Calma, que eu já ia chegar lá! É facinho, ó: a bio-arquitetura é um conceito que une ecologia e arquitetura (com sorte, se tornará um movimento, a História dirá) - trata de buscar, testar e mostrar técnicas e maneiras de construção em harmonia com a natureza e os seus recursos, promovendo o equilíbrio entre o meio ambiente e o que chamam de "progresso". Esta imagem aí, ao lado, que eu catei nesta reportagem (que é interessantíssima), dá uma ótima idéia da coisa!
Fonte da imagem: http://www.tibarose.com/
O Manual do Arquiteto Descalço pode ser considerado como um guia de soluções eco-eficientes para p fazer da arquitetura. É uma obra indispensável para a entender e utilizar corretamente tecnologias ecológicas em uma construção. Aqui, Johan propõe explicações sobre contextos climáticos, formas e materiais que capacitam soluções sobre energia, água e saneamento que ajudam na obra, por meio do uso de eco-tecnologias alternativas (telhado verde, placas de energia solares, estrutura para reaproveitamento de água servida e da chuva etc.), promovendo projetos integrados ao seu entorno e adequados ao clima local.
O que eu adoro no Manual é que segue o tipo de escrita que eu curto: é técnico, mas sem ser enfadonho - qualquer pessoa pode ler e ENTENDER o que está escrito, sem mistérios. Todos os desenhos (a maioria, persepctivas) ajudam a explicar ainda mais o texto, o que torna impossível perguntar o famoso "ou quer que eu desenhe?".
Fonte da imagem: http://www.slideshare.net/pamelaxavier7/
Com dez capítulos percorrendo quase setecentas páginas, o Manual do Arquiteto Descalço trata da questão habitacional saindo do blablablá puramente teórico que não raro permeia a academia e apresentando alternativas testadas (e aprovadas, o que é primordial), falando tanto a profissionais quanto a leig@s sobre como combinar técnicas construtivas tradicionais com outras mais modernas. Quer construir um telhado verde? O Manual ensina! Fogão à lenha pr'aquela pizza massa? O Manual também tem! Aquecedor solar? Mas é lógico!...
No melhor estilo Bela Gil: "você pode trocar sua parede de concreto por uma de tijolos feitos da própria terra ou por uma linda estrutura de bambu, por exemplo". Mas bem além da troca, Johan prega que é a "mistura" que traz o tempero certo pra vida urbana: madeira ou o sisal podem sim conviver com materiais como o gesso e o concreto.
Fonte da imagem: http://www.tibarose.com/
O Manual do Arquiteto Descalço nasceu da preocupação de Johan em informar @ consumidor@ final da arquitetura: @ usuári@, @ morador@. No meio do caminho, reeducação de sua própria classe acabou sendo feita indiretamente. Nas palavras do próprio van Lengen:
“Quem mais me inspirou para reunir e compartilhar estes conhecimentos de construção, foi a gente do campo e das zonas “precárias” das grandes cidades. Sua confiança na possibilidade de melhorar suas condições de vida, apesar de todas as dificuldades que enfrentam, foi a base desta obra.”
O nome do livro é inspirado nos “Arquitetos descalços”, os primeiros arquitetos que na antiguidade amassavam a terra com os pés, para preparar os tijolos - uma técnica também ensinada no Manual, como forma de trazer a classe de volta às bases mais rudimentares de nossa profissão, aos contatos mais básicos com a natureza e a uma vida mais sustentável.
Fonte da imagem: http://gifsgallery.com/

Pequeno momento para propaganda!
As técnicas construtivas mostradas no Manual do Arquiteto Descalço não são todas de autoria de van Lengen. Muita gente compartilhou com ele essas experiências,entre eles; Álvaro Ortega, Cláudio Favier, Eduardo Neira, Gabriel Câmara, Gernot Minke, John Turner, Sjoerd Nienhuys, Yves Cabannes. Deste modo, aproveito para agradecer e creditar ao pessoal dos sites SustentArqui, EcoEficientes e Atitude Eco por ter me oferecido a base para escrever este post que vocês lêem agora!

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sábado, 26 de setembro de 2015

003 - Heathcliff, Sou Eu, Cathy! Volte pra Casa! Estou com Tanto Frio...

Hoje é um dia que traz uma oportunidade especial - um dia em que coincidiu de tanto a Biblioteca quanto a Discoteca têm postagens novas para vocês! Então, surge uma oportunidade maravilhosa para buscar um livro legal e uma música que nasceu inspirada por ele - ou, quem sabe, um livro que tenha surgido de uma música legal. Poderia eu perder este tipo de oportunidade? MiniTom discorda - e eu concordo com ele!
Então, sem mais delongas, vamos ao livro de hoje!

Fonte da imagem: http://melodyandwords.com/

Título: O Morro dos Ventos Uivantes
Título Original: Wuthering Heights
Autor: Emily Brontë
Editora: Thomas Cautley Newby
Número de Páginas: 400
Data de lançamento: 1847
Vou começar com um aviso: este post será BEM LONGO - e culpem Tânia Rosa por isso! Ela que sugeriu esta postagem conjunta com a Discoteca - tá, a culpa é minha, por achar que esta era uma boa idéia! Ao menos, vocês tod@s têm um mês inteiro para ler isto aqui (dá até pra ler o blog inteiro, neste período) - por favor, não me abandonem! O motivo? Emily Brontë inventou de escrever um dos romances mais apaixonados e complicados de entender que eu já li - eu, mesmo, o li três vezes para ter um entendimento decente de tudo o que ocorre e dos laços que se formam. Tentarei ser curto e objetivo (embora eu creia que não seja possível) com uma obra tão densa e cheia de gente e acontecimentos importantes! Mas bora lá, segurem as perucas!
Fonte da imagem: https://en.wikipedia.org/
Para começar, devo falar sobre as irmãs Brontë: Charlotte (1816 – 1855), Emily (1818 – 1848), e Anne (1820 – 1849). As três tinham uma produção prolífica de poemas e novelas. Como tantas outras escritoras da época, elas assinavam com psudônimos masculinos (os "também irmãos" Currer, Ellis e Acton Bell) para terem mais chance de serem publicadas - e se tornaram conhecidas pela originalidade e passionalidade de seus escritos. A primeira a atingir o sucesso foi Charlotte/Currer, com "Jane Eyre". Mais tarde, "A Inquilina de Wildfell Hall" de Anne/Acton e O Morro dos Ventos Uivantes de Emily Brontë/Ellis Bell conseguiram boas vendagens. A recepção à época não foi das melhores, mas hoje todas são consideradas obras-primas da literatura inglesa. Com o tempo, os estudiosos do século XX vieram a considerar O Morro dos Ventos Uivantes como a melhor das obras das irmãs Brontë. Pessoalmente, eu não sei, porque não li nenhum dos outros livros de qualquer delas. Mas que sua influência é imensa é inegável, dada a quantidade de versões para televisão e cinema, peças teatrais (uma delas, um musical), músicas (não se esqueçam de visitar a Discoteca, hein?) de e até um jogo de videogame que foram feitas a partir da obra.
Fonte da imagem: https://en.wikipedia.org/
O Morro dos Ventos Uivantes trata da saga de amor, ódio e muita amargura de Heathcliff pelas famílias Earnshaw e Lindon - mais especificamente por Catherine Earnshaw, por quem sentimentos tão polares e não raro violentos não cessam nem com a morte. Toda a ação se concentra nas propriedades Wuthering Heights e Thrushcross Grange, nas charnecas de Yorkshire, no norte da Inglaterra, e se divide em três atos.
O primeiro ato trata da infância e adolescência de Heathcliff ao ser adotado pelo senhor Earnshaw, proprietário de Wuthering Heights, e a convivência com seus irmãos de criação: o amor nascente e crescente por Catherine e o bullying pesado sofrido por Hindley, até as humilhações e rejeições sofridas nas mãos dos irmãos e da família Linton, proprietários da vizinha Thrushcross Grange, após a morte do patriarca - levando-o a fugir de Yorkshire prometendo nunca mais passar fome vingança contra tudo e todos que o machucaram e fazendo fortuna em Londres, retornando Carolina Ferrazmente rico e cheio de sangue nuzóio disposto a fazer a desforra exigida por seu coração rancoroso.
O segundo ato trata dos efeitos do retorno de Heathcliff sobre os Earnshaw e os Linton. Sua vingança sobre eles continua, mesmo com as mortes dos irmãos Earnshaw (não, ele não seguiu os ensinamentos da "grande pensadora contemporênea"), com sua tomada da propriedade de Wuthering Heights e suas maquinações sobre os destinos dos filhos deles - um deles, seu próprio - como finalização de seus planos.
Fonte da imagem: http://gibiblioteca.zip.net/
O terceiro ato lida com o preço pago por Heathcliff por ceder ao rancor e ter se tornado um homem amargo - as mortes ao seu redor continuam (e não é que a dona Morte continua aparecendo nesse blog? Que moça onipresente, pessoal!), a loucura passa a dominá-lo e o espírito de Catherine aparece para visitá-lo e, talvez, finalmente consumarem o amor que lhes foi negado pelas suas próprias escolhas.
Como eu falei antes, O Morro dos Ventos Uivantes é um livro difícil de ser lido. A estrutura é feita de narrativas-em-uma-narrativa - tratam-se dos diários do senhor Lockwood, locatário de Thrushcross Grange, que incluem anotações diretas do diário de Catherine Earnshaw e os relatos Ellen 'Nelly' Dean, criada dos Earnshaw - com uma riqueza de detalhes impressionante, diga-se de passagem, tanto dela ao relatar um passado tão distante, quanto dele ao recordar as palavras ditas por ela numa narrativa tão grande. A procissão de personagens é enorme, e por vezes tive que voltar algumas páginas pra me situar novamente. Fora que muitas linhas são gastas com detalhes espaciais - como as novelas de José de Alencar. Eu não me dou com esse tipo de literatura, de modo algum - acho um desperdício de parágrafos, tinta, papel e paciência do leitor ávido por ação. Mas em O Morro dos Ventos Uivantes, devo dizer que (em parte) é necessário. Emily Brontë fez de Wuthering Heights e Thrushcross Grange personagens onipresentes no livro, ao invés de meros cenários para a ação.
Fonte da imagem: https://en.wikipedia.org/
Comentários críticos de Nelly sobre o comportamento diabólico de Catherine e Heathcliff (sim, a palavra é essa - os dois são o demo encarnado!), que só parece piorar com o tempo, parece tornar o par irresponsável e merecedor de qualquer punição que eles recebem. Nelly apoia seu ponto de vista com as opiniões dos Edgar Linton e Hindley Earnshaw: ambos desprezam Heathcliff e se tornam frustrados com Catherine; e ela retrata o casal apaixonado como dois ingratos e rancorosos. Vários outros personagens julgam bem mal o relacionamento dos dois - mas desde quando relatos de uma pessoa (ainda mais quando tais relatos já são repassados por uma terceira) são inteiramente confiáveis? Ainda mais quando há tanto julgamento sobre os fatos (que podem nem ter acontecido EXATAMENTE como relatados, visto que o testemunho compreende um espaço de décadas.
Fonte da imagem: http://homemcr.org/
Talvez toda a perseguição que a jovem Earnshaw e Heathcliff sofrem em O Morro dos Ventos Uivantes seja um modo da autora forçar uma identificação juvenil com o casal - afinal, ninguém acredita neles, a não ser eles mesmos. Mas uma coisa que não entendo até hoje é um par de pessoas tão egoístas e cruéis um com o outro se amar tanto. Este tipo de amor imortal, obsessivo (e que se torna mais urgente e estranho pelo fato de não ter sido consumado) escapa à minha compreensão. Brontë retrata um amor que persiste (e aumenta), mesmo com tudo o que ocorre. Venhamos e convenhamos: relacionamentos entre pessoas tão destrutivas quanto Catherine e Heathcliff nunca acabam bem - basta ver qualquer programa desses de mundo-cão.
O Morro dos Ventos Uivantes foi o primeiro - e único - romance de Emily Brontë. Ela viria a falecer de tuberculose meros meses após a publicação deste romance. Ela estava a escrever um segundo romance, mas os manuscritos nunca foram encontrados. Mais um fato que adiciona à aura que a cerca. Um mistério a mais para a moça mais misteriosa das irmãs, que escreveu um livro de teor tão gritante e ao mesmo tempo tão misterioso.
Fonte da imagem: http://gifsgallery.com/

Cathy se despede!

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

002 - Vendo o Triste Pastor...

Olá, pessoas queridas, amadinh@s de Tom!
Que bom que voltaram! Gostaram do primeiro post da Biblioteca? Ele ficou no ar tempo o bastante pra todo mundo ler com calma e direitinho, né? E da Filmoteca, tudo direitinho, pra vocês? E da Discoteca? Comentem à vontade, galera! Eu juro que não mordo (quer dizer...)! Por favor, divulguem, compartilhem no Facebook, no Twitter, no MySpace, dêem um joinha! São vocês que me dão o combustível necessário pra achar que presto como escritor e continuar na blogosfera! O trabalho em meus trigêmeos tem sido intenso e feito com muito carinho e cuidado, prometo, galera! Espero que vocês estejam gostando do resultado tanto quanto eu estou curtindo fazer e conferir as respostas.
Confesso que estava muito inseguro em ver as visualizações da Discoteca e da Filmoteca ganhando seus ritmos e o da Biblioteca meio parado. Mas agora, ao escrever esta introdução que vocês lêem, pude botar a cabeça no lugar e ver as coisas em sua devida perspectiva: este é um blog de postagem a cada trinta dias, então, não haveria motivo para me preocupar assim com a quantidade de visualizações ser muito díspar de um semanal e outro com publicações a cada quatro dias. E pondo em comparação: A Biblioteca conta agora com QUASE NOVENTA VISUALIZAÇÕES, entrando em sua SEGUNDA POSTAGEM! São muitas, muitas visualizações mais por postagem que as cento e cinquenta visualizações dos cinco posts da Filmoteca (média de trinta) e as quatrocentas visitas aos oito da Discoteca (média de cinquenta).É total meio bobeira, eu sei - nenhum dos trigêmeos tem esta quantidade de visualizações tão astronômica, mas iniciar tão do nada e sem uma base de suporte significa, sim, um feito, e posso me dar ao direito de fazer uma pequena comemoração interna!
Oi? O MiniTom? Rapáááá... eu não sei dizer se ele está chorando de alegria, de tristeza, de tudo junto... deve ter relação com o livro de hoje!

Fonte da imagem: https://daliteratura.wordpress.com/

Título: Para Tão Longo Amor
Autor: Álvaro Cardoso Gomes
Editora: Moderna
Número de Páginas: 71
Data de lançamento: 1994
Em algum ponto de 1998 ou 1999, havia um garoto chamado Tom. Era um rapaz solitário, quieto e extremamente inseguro, cujo escape da vida cotidiana residiam em desenhos, canto, escrita e leitura. Leitor voraz, quase como uma traça. Era popular... entre as bibliotecárias do Colégio Santíssimo Sacramento - com certeza, estaria lá em todos os recreios e qualquer outro horário livre. Um dos muitos livros com os quais o jovem se depararia naquela biblioteca seria esta obra de Álvaro Cardoso Gomes. Foi lido duma sentada só. O impacto foi tamanho que o jovem viria a escrever poesias, blogar sobre ele e até postar sobre ele em seu Facebook, durante o Desafio Literário dos 60 Dias - aliás, a carteirinha da biblioteca deve ter este livro listado umas doze vezes, ele não parece ter gostado muito...
Fonte da imagem: http://www.rubylane.com/
A história não é das mais originais: Toninho é o típico "caso perdido", praticamente um estagiário de Dadinho. Filho de um pai exigente, irritadiço e abusivo e de uma mãe submissa e sem energia, sofrendo bullying pesado (quando isso ainda nem tinha nome), Toninho canaliza toda a sua revolta pela cidade: bebe, fuma, tem desempenho pífio na escola, comete pequenos delitos, passa o rodo tem casos amorosos fugazes com as meninas da escola, encrenca com Deus e com o mundo (especialmente com os pais)... até o dia em que ele conhece uma novata no colégio: Regina. Você, leitor@ romântic@, provavelmente já viu este conto em vários outros formatos, como em "A Dama das Camélias", "Love Story" ou "Um Amor para Recordar".
Fonte da imagem: http://gibiblioteca.zip.net/
A dona Morte, esta moçoila marota, também faz uma ponta aqui. Nada tão proeminente como no post anterior - mas, ainda assim, uma participação marcante, e que traz uma importante lição para todos nós, sobre o poder da força de vontade frente ao coitadismo. Resumindo em uma palavra: ESCOLHA!
Sim, eu falo de ESCOLHA, e não daquela baboseira de o amor tudo transforma e blablabla whiskas sachet. Houve amor ali? Claro que houve! Aquele amor puro, inocente, de adolescente, mesmo - o tal do puppy love. Foi a partir de Regina que Toninho saiu do "bichinho de mim" e partiu pro "onde eu posso melhorar" ("'A vida é uma droga!' Mas, mesmo no fundo do poço mais escuro, de repente, pode brilhar a pequena luz de um vagalume."), disso não há dúvida alguma. Mas tudo partiu de uma ESCOLHA DELE. E ele foi forte o bastante para superar toda a dor e revolta ao fim de tudo e usá-las como estímulo para dar um rumo à sua vida - ser o Toninho da Regina, e não o velho "espeto" briguento de antes.
Fonte da imagem: http://rogeriabreves.blogspot.com.br/
A narrativa é contada de modo simples, mas nem de longe simplório. É envolvente justamente por tratar de temas universais, e a grande maioria do público se identifica com o personagem que está por baixo, e torce pela sua volta por cima. Outro acerto de Álvaro Cardoso Gomes foi se apresentar como personagem de sua narrativa. O livro se inicia com o próprio autor em primeira pessoa narrando como, já consagrado como escritor, retornou à cidade de Americana (cidade onde passara a adolescência, praticamente onipresente como cenário de suas obras) e reencontrou Toninho que, então, lhe narra sua história com Regina. Foi um modo inteligente de se inserir na história, dar um caráter mais pessoal, mesmo que a história não seja propriamente a sua (ou nem seja verídica). Acho, inclusive, que daria um ótimo filme, se já não houvesse tantos iguais a ele!
"Para Tão Longo Amor" não é um livro para quem tem medo de chorar. Pode ler com seu lenço do lado - de preferência, só. E com óculos escuros, você precisará deles ao final. Álvaro Cardoso Gomes tem esta mania de querer desidratar seus leitores... de um bom jeito (ao menos)!

terça-feira, 28 de julho de 2015

001 - Roubando umas letrinhas de sua atenção.

Olá a tod@s!
Sejam bem-vind@s à minha Biblioteca, um local onde pretendo falar sobre um livro por mês - trocar impressões sobre a Sexta Arte (EU SEI que é só a poesia, mas o blog é meu e também considerarei prosa, diário, livro técnico... até bula de remédio, se me der na veneta!!!) e seus/suas oficiantes, e, talvez, até puxar assuntos outros que a obra em questão puder chamar à minha cachola.
Será que esta nova empreitada perdurará? Ler um livro (ou mais, até) por mês é até fácil (a depender da quantidade de páginas a ler e de afazeres), mas DISCORRER sobre um livro por mês... Hmmmmmmmm... Não sei - mas se eu não tentar, não saberei jamais, não é, gente? Enfim, espero ter tod@s vocês comigo, por aqui - e também na minha Filmoteca e na minha Discoteca, todas abrindo hoje, também!

Sendo assim, podemos iniciar os trabalhos. Decidi abrir minha Biblioteca com uma memória afetiva relativamente recente: o primeiro livro de ficção que li após a formatura em Arquitetura e Urbanismo. O título do post já deu alguma pista?

Fonte da imagem: https://daliteratura.wordpress.com/

Título: A Menina que Roubava Livros
Título Original: The Book Thief
Autor: Markus Zusak
Tradução (Português Brasileiro): Vera Ribeiro
Editora: Picador
Editora (Brasil): Intrínseca
Número de Páginas (Brasil): 480
Data de lançamento: 2005
Data de lançamento (Brasil): 15/02/2007
Eu acredito piamente que leitores se identificam e se aproximam, mesmo que a milhares de quilômetros de distância. E quando lemos um livro sobre uma leitora contumaz? Uma pessoa tão ávida por conhecimento que rouba livros nas mais variadas situações? Encontrar uma história tão preciosa assim foi a primeira parte do que torna esta obra tão especial para mim.
Minha afilhada, a mesma que disse um dia que eu parecia um vampiro porque meus olhos têm a cor amarela (eles são cor-de-mel, não amarelos!!!), viu este livro, e se recusou a lê-lo. Não pela grossura (digamos que ela é preguiçosa pra cara...mba não é chegada em leitura e estudo), mas pela simples palavra MORTE. Significa, então, que a Morte é motivo suficiente para por uma obra literária no Index pessoal da garota. Mas assistir "Premonição" é de boa, né? OK...
Fonte da imagem: http://gibiblioteca.zip.net/
Embora dona Morte esteja presente no livro, e leve muita, MUITA gente, é tudo completamente compreensível, dados os acontecimentos retratados na narrativa - aliás, ela é presentíssima a todos nós: ELA É A NARRADORA! Se o livro se trata dum período de guerra, nada mais apropriado que a própria para mostrar que ela esteve lá, sempre presente e quase palpável. Inclusive para nos questionar sobre nossa própria moralidade: quem somos nós, e o que fazemos aqui, pensando em quando ela vier nos buscar para a passagem? Será que estamos fazendo as coisas certas nesta vida?
Enfim, deixemos de enrolar e vamos à história: Liesel Meminger é uma menininha perdida num ambiente inóspito: a Alemanha nazista em plena Segunda Guerra Mundial. Seu irmãozinho faleceu doente numa viagem de trem a caminho de Munique, e sua mãe precisou fugir do país, deixando-a para ser adotada pelos Hubermann (Hans, o pai, ex-combatente da Primeira Guerra, calmo, acolhedor e talentoso acordeonista; Rosa, a mãe, lavadeira, dura, de difícil convivência, mas amorosa a seu modo), indo morar na rua Himmel (que vem a ser CÉU em alemão), na cidade de Molching. Lá, irá à escola todos os dias, fará amizades (em especial, Rudy Steiner, seu fiel escudeiro, sempre em busca de um beijo), crescerá, aprenderá a ler e escrever com Hans e, claro, roubará um livro ou outro por aí (obviamente que não darei detalhes sobre esses roubos - embora pareçam ser coisas menores mesmo dando o título do livro, eles são parte estratégica da narrativa).
Um ponto que me chamou a atenção demais foi perceber que, assim como existe gente contente e descontente com a política de nossa Presidente, também havia as pessoas descontentes com os rumos políticos da Alemanha nazista. Refletindo melhor, a analogia seria melhor feita se comparássemos a situação retratada na Alemanha nazista com o Brasil da ditadura militar. Havia desde os defensores orgulhosos - e perigosíssimos - aos insatisfeitos, com ou sem medo de expressar sua insatisfação vocalmente. Em ambos os casos, expressar-se contrário era quase o mesmo que colocar a corda no próprio pescoço enquanto se equilibra em um banquinho. Hoje, se as pessoas podem se juntar e manifestar seu descontentamento - ou sua ignorância ou ideias heterodoxas e potecialmente bélicas e/ou estúpidas -, palmas à democracia por isso! Lembremos: na Alemanha nazista, o conceito de democracia era bem incipiente, e numa ditadura declarada como a que assolou os países da América Latina, liberdade de expressão era sonho e democracia era mero conceito... E ainda há salgadinhos de festa infantil acreditando que aquele tempo é que era bom...
Na narrativa, essa insatisfação popular se reflete de modo bem sutil em pequenas atitudes dos Hubermann e de Rudy, nunca vocalmente ativos, mas de atitudes subversivas - a maior delas, óbvio: acolher Max Vandenburg, um judeu, escondido por meses. Dá pra imaginar quanta gente (não apenas Schindler) deve ter tomado tais atitudes naquela época para tentar ajudar outros? Dá pra imaginar quantas outras não devem ter se submetido ao nazismo por puro e simples medo de serem presos e executados? Esse tipo de perspectiva é arrepiante.
A segunda parte do que torna esta obra tão especial para mim é a escrita sensível e envolvente de Zusak, que parece fazer questão de mostrar sempre o poder da PALAVRA. Especialmente em tempos sombrios, ela nos traz esperança e nos mostra que estamos vivos - caso de Max. Mais que nos educar e nos letrar, ela nos consola e fortalece - como Liesel tanto precisará ao longo da história. Como disse uma personagem da novela "Cordel Encantado": é a palavra que nos tira da escuridão em que nem sabemos que estamos. Lendo e escrevendo, colocamos nossa alma no papel e podemos refleti-la no mundo, construímos nossa personalidade e nossa identidade, assim como Liesel faz, com a ajuda de Hans e Max.
Fonte da imagem: http://en.wikipedia.org/
Em tempo: eu sei que existe o filme baseado no livro. Mas me recusei deliberadamente a vê-lo. Eu tenho minhas imagens bem vívidas, e tenho medo do que pode ocorrer com elas após ver a visão de outra pessoa (e a pior parte: suas adaptações - sim, eu sou purista, pronto, confessei) sobre a obra. Não digo que NUNCA verei. Mas digo que HOJE, NÃO.
A terceira parte do que torna esta obra tão especial para mim é que foi um presente inusitado para se ganhar em uma formatura. Terminando Arquitetura e Urbanismo, você espera receber canetas, livros de Arquitetura ou de Urbanismo... não um romance. Adivinhem o presente do qual usufruí primeiro? Foi no dia 16 de março de 2008 que Markus Zusak entrou na minha vida, e em uma semana esta obra estaria finalizada. Desde então, revisitei dona Morte umas quatro ou cinco vezes (hmmmmmmm... talvez, seja hora de uma quinta ou sexta).

E agora, após uma longa gestação, COMEÇOU! Está aberta a Biblioteca do Tom! Espero que vocês tenham gostado da proposta, e voltem todos os meses! Não se esqueçam de comentar, pois eu sou muito carente, hein?
Até daqui a trinta dias, com a segunda obra literária!